Pensamentos esparsos — mas nem tanto

marcobrasil
2 min readJul 11, 2019

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  1. A segunda metade do livro de Juízes tem várias histórias lindas e, se você já o leu, sabe que estou sendo um tantinho irônico. Uma delas é a história de Jefté, o bandoleiro transformado em líder israelita para combater os amonitas, que estavam causando terror. Ele fez um juramento esquisito: se Deus lhe desse a vitória sobre os amonitas, ele faria um sacrifício humano da primeira pessoa que saísse de sua casa ao seu encontro quando ele para lá retornasse. Ora, sacrifícios humanos eram costumes pagãos e Israel estava naquela enrascada justamente por adorar os deuses pagãos. Bem, Jefté prevalece e quem sai a seu encontro é sua única filha e ele a oferece em sacrifício.

É que, quando a gente não conhece a Deus, quando a gente alimenta ideias estranhas sobre Quem é Ele de fato, a gente faz grandes asneiras.

2. Elias e Jonas têm mais em comum do que terem sido profetas do Deus vivo. Ambos viveram episódios de depressão profunda, em que pediram para morrer. Ambas as depressões nasceram do fato de Deus não ser quem eles queriam que Ele fosse. Elias queria que ele consumisse não apenas todos os sacerdotes de Baal, mas também todos os seus adoradores, a começar pela ímpia rainha Jezabel. Jonas queria que Deus consumisse os ímpios ninivitas. Um Deus que perdoa e não destrói não cabia no que eles estavam dispostos a aceitar e eles preferiam a morte a conviver com um Deus diferente de suas próprias conveniências e fantasias particulares.

3. Os judeus do tempo de Jesus esperavam um Messias guerreiro, que não apenas expulsasse os romanos na base do porrete, como também restabelecesse o reino à hegemonia dos tempos de Davi, e talvez até mais que isso.

Muitos cristãos do século XXI parecem aguardar o Messias que “esqueceu” de vir no século 0, botando os ímpios pra queimar e as pragas do Apocalipse todas para comerem a torto e a direito.

4. No sermão profético, Jesus alerta diversas vezes para que Seus seguidores não se deixassem enganar. Eles deveriam se desviar de falsos profetas e de falsos cristos. E se Ele aparecer agora sem que Sua ira se revele punitiva, vingativa, eles possivelmente vão preferir a morte (ou que as montanhas lhes caiam sobre as cabeças) a ter que se relacionar com um Deus que é do jeito que Jesus Cristo veio pra, agora sem qualquer chance de erro, nos mostrar como é de fato.

5. Não se iludam. O palaque que mais difama a Deus é o púlpito, não a tribuna dos ateus.

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marcobrasil

Cristão, adventista, marido da Tatiana, pai de quatro, advogado, mestrando, são paulino e feliz.